Em um mercado otimista, todos estão em busca de investimentos seguros, conciliando rentabilidade ao baixo risco. Elaboramos este post especial para os investidores e empreendedores de plantão, seja do ramo imobiliário, automotivo ou eletrônico. A leitura de hoje ensinará você a como calcular a margem de lucro.
Esse é um conceito financeiro bastante simples e que dá previsibilidade para a sua tomada de decisão. Com isso, você minimiza as chances de prejuízos, sempre entendendo a relação de risco e retorno em cada uma das suas aquisições.
Está interessado em descobrir mais sobre o tema? Então não perca esta oportunidade e acompanhe!
Qual a diferença entre lucro bruto e líquido?
Antes de entender a margem e o seu cálculo, é importante conhecer quais são as duas categorias de lucro. Essa separação existe para ajudar a contabilidade de um negócio a entender cada etapa de seu faturamento. Dê uma olhada!
Lucro bruto
O lucro bruto é o resultado da equação de todas as receitas menos os custos diretamente ligados a esse investimento. Por exemplo, digamos que você trabalha com a compra e venda de carros. A maneira mais objetiva de calcular o lucro bruto da negociação de apenas um modelo seria considerar o preço que você pagou na aquisição do carro e o valor pelo qual o revendeu.
Por exemplo, você encontrou uma super oportunidade em um leilão e comprou um modelo por R$15 mil. Depois, o revendeu na sua loja por R$25 mil. Prestando atenção apenas nesses dois valores, temos o lucro bruto, equivalente a R$10 mil ou 60%.
Lucro líquido
Já o lucro líquido recebe esse nome justamente por “derreter” o lucro bruto, acrescentando novas despesas ao bolo e te apresentando o lucro final. Enquanto o bruto considera apenas os custos diretos (quanto ganhou menos quanto gastou = quanto sobrou), o lucro líquido examina o orçamento mais a fundo e dilui todo o custo operacional necessário para o seu negócio atingir esse resultado.
Novamente, retornamos ao exemplo da concessionária. A menos que você seja um investidor individual, que compra e revende os carros sozinho, manter uma loja de carros tem muitos custos. Nesse sentido, digamos que você venda 10 unidades em um mês. O custo de aquisição delas totalizou R$150 mil e, o de venda, R$300 mil. Na ideia do lucro bruto, aqui você teria um lucro de R$150 mil.
Mas o lucro líquido precisa descontar todas as outras despesas inerentes ao funcionamento da sua loja, como o aluguel do ponto comercial, luz, internet, telefonia, mantimentos, salários, comissões, impostos, tributos e afins.
Digamos que todos esses custos e despesas somem R$70 mil. No fim, sobram R$80 mil limpos, ou melhor dizendo, líquidos. A receita total somou R$300 mil, todos os descontos somaram R$220 mil e o seu lucro líquido R$80 mil, ou aproximadamente 26%.
Como calcular a margem de lucro?
No fim das contas, esse conceito pode ser aplicado em qualquer transação comercial do seu cotidiano. Acima, utilizamos o exemplo do lojista automotivo, mas a mesma ideia pode e deve ser replicada em toda decisão de investimento que pretende fazer, seja você um corretor imobiliário autônomo ou um revendedor de artigos eletrônicos e variados. Então, vamos reforçar o cálculo em outras situações!
Lucro bruto
A equação é simples. Você pega a receita e subtrai os custos variáveis — que flutuam de acordo com o preço de aquisição/investimento do produto em si. Veja os cenários!
Revenda de itens eletrônicos
- custo de aquisição de três videogames e uma televisão: R$3 mil;
- valor de revenda: R$5 mil;
- equação: 5.000 – 3.000 = R$2 mil bruto.
Transações imobiliárias
- custo de aquisição de um apartamento: R$450 mil;
- valor de revenda: R$700 mil;
- equação: 700.000 – 450.000 = R$250 mil bruto.
Lucro líquido
Já aqui, confrontamos a receita total contra todos os custos operacionais, fixos e variáveis para a sua operação. Confira!
Loja de eletrônicos
- receita de vendas no mês: R$75 mil;
- custo de aquisição das mercadorias: R$35 mil;
- salários, aluguel, impostos, tributos e todos os outros custos: R$15 mil;
- equação: 75.000 – (35.000 + 15.000) = R$25 mil líquido.
Imobiliária
- receita de vendas, locações e consultorias no mês: R$750 mil;
- custo de captação de clientes e aquisição de unidades imobiliárias: R$300 mil;
- salários, aluguel, impostos, tributos e todos os outros custos: R$150 mil;
- equação: 750.000 – (300.000 + 150.000) = R$300 mil líquido.
Margem de lucro
A margem nada mais é do que a proporção do lucro sobre o seu custo de execução. Por exemplo, dê uma olhada nas porcentagens para os quatro exemplos que trabalhamos acima. Para encontrar a margem, basta dividir o lucro pela receita. Veja só!
Exemplos do lucro bruto
- revenda de itens eletrônicos: 2.000 / 5.000 = 40%;
- transações imobiliárias: 250.000 / 700.000 = 35,71%.
Exemplos do lucro líquido
- loja de eletrônicos: 25.000 / 75.000 = 33,33%;
- imobiliária: 300.000 / 750.000 = 40%.
Existe uma margem de lucro ideal?
A melhor resposta para essa pergunta é que depende. Existem muitas situações em que um lojista precisa pressionar sua margem de lucro para conquistar espaço. Afinal de contas, em boa parte do mercado, o preço é um parâmetro para a concorrência. Se você tem uma concessionária, pode se ver obrigado a reduzir os valores (temporariamente) para resistir à competição de uma nova loja na rua.
Isso não se aplica tanto para o setor imobiliário, já que os preços desse segmento flutuam conforme a economia do país, observando valores de mercado por região, oferta de crédito ao consumidor e afins. Dificilmente uma imobiliária abaixará o preço de um apartamento drasticamente para competir com uma que está ao seu lado — ainda que isso aconteça eventualmente.
É por esse motivo que é importante entender a ideia de que a margem de lucro é e deve ser elástica, pois independentemente do seu ramo de atuação, sempre existirão novos fatores em jogo. Se você revende eletrônicos, com certeza precisa acompanhar a variação do dólar para regular os seus preços. O mesmo vale para imóveis, carros, motos e qualquer outro bem de produção.
Mas obviamente existem as exceções. Digamos que você seja um revendedor especializado de obras de arte, focando suas aquisições nas casas e galerias de leilão. Esse é o tipo de bem que tem uma rentabilidade acumulada em função do tempo e de sua autenticidade. O seu preço não cai com uma crise econômica, apenas restringe o número de compradores.
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