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Qual o impacto da guerra nos veículos, preços e combustíveis?

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A guerra da Rússia contra a Ucrânia já ocasionou várias mudanças na economia global. Um dos principais exemplos diz respeito ao fornecimento de petróleo e gás natural pela nação russa, já que muitos países decidirem penalizá-la e deixar de adquirir esses produtos. No entanto, esse não é o único problema, já que é possível sentir o impacto da guerra nos veículos, devido ao enorme receio de que a situação prejudique o fornecimento de matérias-primas utilizadas pelo setor automotivo.

Isso tornou os insumos comprados pelas montadoras mais caros, como o aço, que é um item que integra um grande parcela dos custos utilizados na fabricação dos bens duráveis. Nos últimos anos, já se previa que haveria a escassez de semicondutores, em razão da crise dos chips, que reduziu a sua produção, agora com a invasão da Ucrânia pela Rússia, o cenário ficou ainda mais complicado. Inclusive, a Volkswagen e a BMW estão com as fábricas paradas, em virtude da falta de chicotes elétricos.

Neste post, falaremos sobre o impacto da guerra nos veículos, preços e combustíveis. Acompanhe!

Inflação

No decorrer da pandemia, os custos da indústria já estavam subindo, pois as interrupções de atividades em vários países prejudicaram a produção e também o transporte das matérias-primas. E, um dos impactos mais significativos da guerra em relação aos veículos é a inflação.

Com o conflito, no Brasil, os indicadores de preços demonstram que insumos usados pelos fabricantes de automóveis estão aumentando mais que a média da inflação, que é mensurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O Índice de Preços ao Produtor (IPP) do IBGE, por exemplo, mensura as alterações de preços de produtos da fábrica, ou seja, sem impostos e frete.

O fato é que a guerra no Leste Europeu ainda pode continuar forçando o aumento dos custos da produção de aço no Brasil. Inclusive, vêm de fora algumas matérias-primas utilizadas nessa produção. Um exemplo é o carvão metalúrgico utilizado no Brasil, que é totalmente importado, sendo grande parte desse insumo disponibilizada pela Rússia.

Riscos na parte logística

O período de pandemia já deixou muitos indícios de que a logística global é bastante sensível e pode ser afetada com mudanças e quebras súbitas. A realidade é que em uma indústria global, que necessita da importação de sistemas, itens e produtos acabados, a guerra entre Rússia e Ucrânia tem o potencial de oferecer novos riscos.

O conflito pode afetar as rotas aéreas e marítimas, transportes bastante utilizados para superar os desafios já trazidos pela pandemia.

Valorização das commodities

É importante frisar que as regiões da Rússia e da Ucrânia têm uma enorme oferta de itens diretamente ligados ao setor automotivo, como gás natural, petróleo, alumínio e aço. Em virtude do conflito, pode haver uma queda a oferta global desses itens, ocasionando a subida dos preços e dos custos para o setor.

Grandes fabricantes prejudicados

O que muitos não sabem é que há grandes empresas do setor automotivo que ficam localizadas no coração da antiga União Soviética e fazem parceria com indústrias russas, como a Renault, que, assim como outras marcas, é controladora da Lada, marca de automóveis que também fabrica seus veículos em solo russo . De forma, direta, os gargalos que já foram anunciadas causarão impacto nas montadoras asiáticas e europeias. 

A empresa Stellantis realiza a produção de carros das marcas Jeep, Dodge e Peugeot na cidade de Kaluga, que fica situada a 180 quilômetros de Moscou, focada em exportações, tem o objetivo de exportar transmissões para o Ocidente. Caso o cenário seja contrário ao envio dos produtos — a partir da Rússia — será preciso fazer a transferência da produção ou diminuir os volumes.

Há outras empresas que também terão problemas, em virtude de bloqueios internacionais: Toyota e Volkswagen. Os índices de nacionalização que estas indústrias possuem na Rússia são de aproximadamente 75%, ou seja, cerca de 25% dos veículos que são produzidos por lá exigem componentes importados, incluindo os EUA.

Mercado de elétricos

Visto que a Petrobras faz uso de uma política de preços de paridade internacional, é muito provável que o conflito também afete o preço do combustível em nosso país. Mas não é só com relação ao petróleo, o confronto pode afetar o dólar, que poderá subir também.

Por mais que haja um primeiro efeito positivo para os carros elétricos, essa guerra traz uma consequência negativa, que é a subida do dólar. O fato é que, no Brasil, o setor de carros elétricos depende muito de importações. Em decorrência dos elevados preços dos combustíveis, é mais vantajoso o mercado de carros elétricos, porém, o próprio veículo elétrico acaba tendo um impacto negativo.

Falta de semicondutores

Outra questão que gera grande impacto com a guerra entre Rússia e Ucrânia é a escassez de chips eletrônicos, que ajuda a equipar veículos, há grandes chances de aumentar as proporções do conflito. A falta desses itens foi grande no ano de 2021 e, quando começou a melhorar, a guerra está modificando essa tendência. Os locais onde estão acontecendo o conflito atuam na produção de matérias-primas essenciais para fabricar semicondutores, como o paládio e gás neônio.

Impactos no PIB

O cenário desfavorável representa uma grande pressão com relação à escalada dos preços da economia. É muito provável que para que o movimento seja combatido, o Banco Central brasileiro aumente muito a Selic — taxa básica de juros. Esse movimento causaria um impacto negativo na tão esperada recuperação do mercado.

A verdade é que será necessário ajustar a taxa de juros com atenção redobrada, visto que a desvalorização da moeda vem ocorrendo de modo estrutural, devido a pandemia, e não em virtude de um movimento de grande demanda. É preciso ter bastante cuidado para que seja possível assegurar que o PIB se desenvolva de forma aceitável em 2022.

Agora ficou mais fácil saber qual o impacto da guerra nos veículos, não é mesmo? De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) e a Sindipeças, os fornecedores de peças e fabricantes de veículos enxergam melhores expectativas para o próximo ano, levando em consideração a estabilização do processo logístico no mercado automotivo e, especialmente, equilibrar o abastecimento de semicondutores no mercado em todo o mundo. 

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